segunda-feira, 27 de abril de 2009













ENRON – OS MAIS ESPERTOS DA SALA



A Enron 7ª maior companhia norte-americana de petróleo, gás e comunicações mostra as várias facetas do ser humano, como motivação, persistência, coragem, ambição, mentira, falsidade, individualismo, como também mostra a fragilidade de departamentos ligados diretamente a uma empresa, como a Contabilidade e a Auditoria.


A história começa com a motivação de Ken Lay, um homem cujo passado era pobre desde a infância, com a ambição de conseguir ser um homem rico e poderoso. Ele traça sua trajetória até fundar a Enron (resultante da fusão de outras companhias) em 1982, apesar de já no inicio haver especulações de fraude na empresa, Ken Lay com seu grande poder de persuasão consegue manter a empresa de pé.


Com ao objetivo de continuar seu sonho Ken Lay contrata Jeff Skilling para ser o novo diretor da empresa, Jeff Skilling ao perceber que poderia contabilizar os ganhos futuros com receitas correntes, manipulou seus balanços contábeis inserindo receitas inexistentes aumentando o seu lucro e isso fazia com que o preço das ações disparasse na bolsa de valores.

Poucas pessoas sabiam da alteração dos balanços e das negociações políticas em que estava envolvida a Enron. A ganância dos administradores em aumentarem seus lucros influenciou em todo esse processo de manipulação contábil. Como motivação os funcionários tinham participação nos lucros recebendo ações da própria empresa. Eles adquiriram uma personalidade de sociopatas corporativos, onde não mediam esforços nem escrúpulos para conseguir seus objetivos demonstrando assim o individualismo.


Nessa fase Jeff Skilling parecia o “GÊNIO MALIGNO” do racionalista René Descartes, ou seja, dotado de muitos poderes e que manifesta esses poderes em suas ousadas maldades, cujo objetivo principal era fazer com que o homem estivesse errando todas as vezes que tivesse as mais fortes impressões de estar certo. Com esta hipótese de estar errando quando mais acredita estar certo.

Essa teoria fica claramente exposta quando se afirma que existia uma confiança excessiva dos investidores com a facilidade de acesso à negociação no mercado de ações. Um dos exemplos foi às empresas "ponto com", as quais, de repente, tiveram suas ações supervalorizadas levando os investidores a acreditarem que elas eram um ótimo negócio. Na verdade, o que se pôde perceber foi que elas criaram uma "bolha" de otimismo pouco duradoura em torno da qual investidores "amargaram" prejuízos consideráveis. Até pessoas sem nenhuma habilidade em perceber as oscilações e riscos dos negócios, investiam suas economias nesse mercado.

Jeff Skilling criou também a Enron Online que visava um mercado online de venda e compra de energia, como também mais de 500 produtos, a exemplo derivativos de crédito e crédito bancário (onde se incluiriam hipotecas e o risco das mesmas também vendido bem como a venda de crédito), metal, papeis, tempo comercial de televisão, etc…

Planos fracassados nas mãos de outras empresas foram comprados pela Enron e logo se tornaram lucrativos projetos. A mídia destacava seu sucesso, declarando que a empresa representava tudo o que havia de mais moderno e qualificado em termos de moderna gestão de empreendimentos.


A Arthur Andersen auditora responsável pelos balanços também prestava consultoria sendo que a ação dessas duas atividades são incompatíveis. Isto porque se, a auditoria verifica as demonstrações financeiras de forma clara, a consultoria tem como objetivo a obtenção de lucros com processos que não correspondem ao dever de transparência da auditoria.
Pela própria estrutura da "Enron", era difícil acreditar que aquele império um dia poderia ruir, mas como a verdade vem a tona...

A falência da Enron, em 2002, foi inevitável, porque a empresa foi praticamente construída sem uma base forte de sustentação para alcançar os vôos altos que tanto almejavam.
Se Platão estivesse vivo ele diria que as pessoas que investiram e trabalharam na Enron estaria como “O MITO DA CAVERNA”, onde viveram em um mundo, distraídos das coisas mais importantes. Viveram com as máscaras moldadas em rostos escravizados pela ditadura do poder e do consumo, desfocados nas sombras do redemoinho das cidades.

Na atualidade a empresa AIG (American International Group), esta passando por problemas semelhantes, mas com uma diferença, na Enron, foram os donos que fizeram falir e na AIG, são os investidores que estão com problemas financeiros por causa da crise mundial.

Com a polêmica falência da Companhia Enron, podemos perceber o quanto importante é a ética do profissional contábil numa empresa, isso demonstra cada vez mais que o contador é o médico financeiro de uma companhia.

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