quarta-feira, 27 de maio de 2009

Periodo Pré-Científico da Contabilidade

PERIODO PRÉ-CIENTÍFICO DA HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

A vocação para a ciência ocorre quando se busca a verdade a respeito de acontecimentos que desejamos explicar. Entendendo que a base da nossa ciência (e de muitas outras) foram lançadas por intuições dos gregos.

A escrita que sempre teve uma importância muito forte e nela as contas sempre estiveram destaque primordial, sendo natural a evolução por meio da observação das mesmas em sua relevância.

Não pode ser matéria de combate e de depreciação a passagem pelo raciocínio contista e pelo formalismo que envolveu o curso do conhecimento contábil, pois o conceito é o caminho da enunciação das verdades junto com as formações teóricas é que constrói a ciência.

No campo da contabilidade o pré-científico só ocorre ostensivamente a partir da obra de Ângelo Pietra, em 1586, que de forma empírica, busca as razões dos conceitos e não só de expor uma forma ou arte de registrar fatos, ou seja, concebeu a conta como o principal objeto de estudos através do contismo. Esta obra sobre o contismo é a primeira a analisar, fora das óticas do direito, os conceitos genuinamente sob o aspecto contábil, de débito e crédito, valor, quantidade, preço, custo, apresentando um pequeno dicionário com esboço de plano de conta, de classificação de fatos contábeis, alem do principio de teorização das contas, matrizes de elementos patrimoniais, avaliação de bens (inclusive com conceitos atinentes ao preço de mercado), exercício social, cronograma de atos administrativos e do profissional, entre outros assuntos. Pietra chama atenção também da necessidade de analisar cada entrada e saída de recursos e compará-lo cada ano para observar como se comporta a riqueza, dando assim o raciocínio de movimentos patrimoniais, estabelecer as relações lógicas dimensionais do fenômeno patrimonial como tempo, preço, valor, quantidade e qualidade.

Essas percepções bastariam para concretizar o trabalho desse Monge Beneditino como marco inicial do período pré-científico, pois se destaca a observar fatos, a buscar conceitos e a ensaiar teorizações.

Pouco depois da obra de Pietra, surge Giovanni Antonio Moschetti, em 1601, o primeiro a se dedicar á Contabilidade Industrial.

Todavia na Itália, entre os valores mais expressivos do séc. XVII destaca-se um competente contador Jesuíta, Ludovico Flori, percursos das bases do principio contábil da prudência, a introdução em livros das partidas de múltiplos débitos e créditos, ou seja, diversas contas, rompendo a tradição que limitava a simples registros de um só débito e um só crédito.

As mais avançadas e pré-científicas considerações das aziendas e gestão patrimonial são da obra de Bastiano Venturi, em 1655, que construiu a verdadeira “escola de pensamentos” onde ditou normas de extremo rigor para que se detecte o desperdício e a fraude, tem também uma excelente ligação entre a contabilidade e a administração, sendo um dos mais avançados precursores da contabilidade gerencial e diretiva.

Fora da Itália quem merece destaque deste período o contista Matthieu La Porte que classificou as contas em: conta do proprietário (capital, lucros e perdas redituais), contas das coisas ou dos efeitos in natura (caixa, mercadorias, cambiais) e contas das pessoas ou dos correspondentes (débitos e créditos pessoais diversos). A preocupação estava em distinguir os fatos que se relacionavam com a empresa daqueles que se referiam a seus donos, ou seja, separar dos direitos de pessoas naturais (ou físicas) e jurídicas. Essa teoria de Le Porte abriu caminho para a aceleração da mentalidade cientifica em contabilidade na frança, no séc. XVIII, nas épocas das angustias financeiras das empresas e do caos nas finanças reais.

Edmond Degranges, maior difusor das teorias das contas gerais, aperfeiçoou os métodos existentes e fixou nas cinco contas gerais, que ele considera como sendo de mercadorias (circulação operacional fundamental); caixa (circulação financeira fundamental); efeitos a receber e efeitos a pagar (circulação fundamental com terceiros); Lucros e perdas (circulação de resultados), acrescentando, estas, como apoio a de diversos. É possível observar que tais contas e que são as que presidem o movimento circulatório, Degranges se preocupou com fatos patrimoniais pertinentes ao comercio.

É também no esmo século em 1771 que surge em Portugal, de João Baptista Bonavie, a primeira e mais antiga obra língua portuguesa sobre a contabilidade. A atmosfera de reforma contábeis em Portugal favoreceu a obra de Bonavie, pois pos a extinção da casa dos contos, em 1761, criava o “Erário Régio”, um conjunto de normas a que se deu o nome de Método que se dava as “Aulas de Comércio”.

A fase final do terminaria com uma intensa discussão doutrinaria entre as escolas francesas e italianas, com Vincenzo Masi, Luigi Boschetti, Giuseppe Baccarini dentre outros, mas foi Giuseppe Ludovico Crippa, o primeiro a classificar os fatos ocorridos com a riqueza e simples movimento ou transmutação, para ele os fatos eram, pois, permutativos e modificativos, e assim classificando não fez, senão, raciocinar cientificamente, pois suas atenções já estavam voltadas para o fenômeno e não apenas para os registros ou escrituração deles.

Sem dúvida nenhuma os franceses e italianos, foram os que mais contribuíram para o grande progresso cientifico da contabilidade e as bases que nos deixaram foram suficientes para que nos anos que se seguem se encontrassem facilidades apreciáveis de entendimentos.

0 comentários: